domingo, 26 de fevereiro de 2012

COMBATE AO RACISMO AMBIENTAL

Incra obtém posse da primeira fazenda para a criação de território quilombola no Espírito Santo


“Cada comunidade possui e cuida de seu próprio território, rios e terras agrícolas. Dizer que existe terra improdutiva é um mito propagado pelo governo e por investidores para afirmar que existe terra sobrando ou que ela não está sendo utilizada. As empresas estrangeiras estão chegando em grande número, privando as pessoas da terra que elas têm usado por séculos. Não há nenhuma consulta à população indígena. As ofertas são feitas secretamente. A única coisa que a população vê são pessoas chegando com tratores para invadir suas terras”. (http://racismoambiental.net.br/2010/04/la-como-ca-a-gigantesca-corrida-pela-terra/)


O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi imitido na posse, na manhã da sexta-feira dia17, do primeiro imóvel expropriado visando à criação do Território Quilombola de Retiro, localizado no município de Santa Leopoldina, no Espírito Santo.
Os ex-proprietários da fazenda Santa Mônica, de 120 hectares, terão 15 dias para desocupar a área. Após o prazo, a comunidade, formada por 77 famílias de remanescentes de quilombos que foram cadastradas durante a elaboração do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), passarão a explorar o terreno.
O RTID de Retiro, produzido por técnicos do Incra a partir de levantamentos de campo complementados por estudos científicos de autoria do antropólogo Oswaldo Martins de Oliveira e da bióloga Maria Otávia Crepaldi, identificou uma área de 520 hectares como zona de abrangência dessa comunidade.
Para finalizar o processo e concretizar a criação do Território Quilombola de Retiro, o Incra/ES aguarda decisão judicial referente à expropriação de outra fazenda (240 ha) e à indenização de famílias herdeiras da própria comunidade.